ABP e CFM manifestam preocupação com assistência psiquiátrica no País e apoiam tentativa de correção de rumos no âmbito do Ministério da Saúde |
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Qua, 20 de Setembro de 2017 14:07 |
Uma série de irregularidades na condução de programas e políticas públicas na área de assistência psiquiátrica foi apontada nesta segunda-feira (20) em nota pública assinada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina. Os problemas foram constatados a partir de relatório feito pelo atual coordenador-Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, Quirino Cordeiro Júnior, que apresentou sua análise em reuniões da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Acesse aqui a íntegra da Nota ABP-CFM. Ao dar visibilidade ao documento, a ABP e o CFM "reiteram seu compromisso com a boa e ética execução de políticas públicas de saúde, em especial na área psiquiátrica". Contudo, ambas as entidades salientam que condução das atividades devem ser baseadas em evidências científicas; respeito ao direito dos pacientes e de seus familiares pelo acesso ao melhor tratamento; obediência aos Direitos Humanos; monitoramento constante de resultados; e comprometimento dos gestores com a aplicação responsável dos recursos públicos. Sendo assim, a ABP e o CFM reiteram seu compromisso com a boa e ética execução de políticas públicas de saúde, em especial na área psiquiátrica, as quais devem ser baseadas em evidências científicas; respeito ao direito dos pacientes e de seus familiares pelo acesso ao melhor tratamento; obediência aos Direitos Humanos; monitoramento constante de resultados; e comprometimento dos gestores com a aplicação responsável dos recursos públicos.
2) Cerca de 150 obras para construção de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e unidades de acolhimento receberam verbas do Governo Federal, porém não foram concluídas; 3) Apesar de incentivos financeiros, no escopo do Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas (PEAD), inúmeros leitos em Comunidades Terapêuticas e Casas de Acolhimento Transitório (CAT) não foram criados, bem como uma série de equipes de Consultórios de Rua não foram constituídas; 4) A taxa de ocupação geral de leito de saúde mental em Hospital Geral foi menor que 15%, no ano passado (2016); 5) A presença de irregularidades nos processos de desinstitucionalização, segundo o Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares (PNASH), em diferentes Estados, incluindo casos encaminhados para análise do Departamento Nacional de Auditoria do SUS; 6) A falta de fiscalização na execução do Programa de Volta para Casa, com consequentes pagamentos indevidos de benefícios; 7) A realização de cursos e pesquisas com altos valores de repasse financeiro aos parceiros conveniados, os quais estão sendo revistos no momento; 8) Os resultados insatisfatórios dos programas de prevenção em álcool e drogas conduzidos pelo Ministério da Saúde, com foco em crianças e adolescentes, desde 2015, mas que continuaram a ser executados pelo Governo Federal; 9) A constatação de que vários serviços que vinham recebendo financiamento do Ministério da Saúde não existiam, o que levou à suspensão de repasses pela Coordenação Nacional de Saúde Mental; 10) O monitoramento da Coordenação de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas aponta que, em 2016, mais de 200 CAPS não registraram qualquer tipo de assistência. Em 2017, no último trimestre, 385 CAPS não registraram atendimento à população. Contudo, esses serviços continuam a receber verba de custeio do Governo Federal; 11) O fato de que mais de R$ 95 milhões foram dispensados em processos de desinstitucionalização e tratamento de pacientes com dependência química sem efetiva conversão em cuidados à população; 12) A estimativa de que, ao todo, mais de R$ 185 milhões foram empregados pelo Ministério da Saúde sem que qualquer assistência à população tenha sido prestada. Brasília (DF), 20 de setembro de 2017. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM) |